NOTA DE REPÚDIO | Transporte público não é espaço para propaganda de refrigerante

19 de setembro, 2025
NOTA DE REPÚDIO

Sexta-feira, 19 de setembro de 2025 — O Instituto Comida e Cultura manifesta seu profundo repúdio à decisão da Prefeitura de Sorocaba (SP) de distribuir gratuitamente latas de Coca-Cola no transporte público da cidade. Essa medida, apresentada como um benefício à população, ignora todas as evidências científicas que apontam o consumo frequente de refrigerantes como um dos principais fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade e diabetes tipo 2.

O refrigerante é um produto ultraprocessado de alto teor viciante, que não deveria ser relacionado a nenhuma política pública, muito menos em espaços coletivos e de uso essencial, como o transporte público. Ao contrário, caberia ao poder público investir em iniciativas que fortaleçam a segurança alimentar e nutricional, promovam saúde e incentivem escolhas alimentares conscientes e culturalmente adequadas.

A situação se torna ainda mais preocupante quando pensamos no impacto sobre crianças e adolescentes, público especialmente vulnerável à influência desse tipo de ação. Ao receberem a bebida no transporte público, podem passar a associar a Coca-Cola a uma ideia de bem-estar e cuidado, exatamente a mensagem que a iniciativa tenta vender. Em vez de incentivar hábitos saudáveis, a prefeitura reforça, portanto, a presença de alimentos nocivos no cotidiano das famílias, aprofundando desigualdades e fragilidades que já pesam sobre a saúde pública brasileira.

Diante desse cenário, o Instituto Comida e Cultura reafirma seu compromisso com a promoção da alimentação adequada e saudável como um direito inegociável. Medidas como a anunciada em Sorocaba não apenas representam um retrocesso, mas colocam em risco a saúde das atuais e futuras gerações. É inaceitável que políticas públicas promovam produtos nocivos em vez de priorizar o bem-estar da população. Seguiremos exigindo que o poder público assuma sua responsabilidade e promova ações alinhadas às diretrizes do Guia Alimentar para a População Brasileira que garantam, de fato, o direito à saúde e à vida, sobretudo das crianças e adolescentes do país.

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